>

Notícias


A segurança do condomínio depende de você

Segurança

Não bastam aparatos tecnológicos e inúmeras barreiras físicas se os próprios moradores e profissionais têm atitudes que colocam a segurança em risco. O não respeito às normas e a falta de atenção em vários momentos são facilitadores da ação criminosa.

 

seguranca1

Quando optamos por viver em um condomínio, a segurança é um dos itens mais importantes para determinar essa escolha. A sensação de estarmos seguros é realmente maior quando há portaria, profissionais treinados, câmeras por todo o lado. Mas, acredite, o que determina o nível de segurança de um prédio são o comprometimento e o comportamento das próprias pessoas que nele vivem ou trabalham.

“Um condomínio que possui um ótimo aparato de equipamentos de proteção perimetral certamente possui um alto índice de segurança, mas tudo pode ir por água abaixo com a atitude descomprometida de um morador que permite que uma pessoa desconhecida entre junto com ele pelo portão, quando não admite que o visitante aguarde ser anunciado antes de ser permitida a sua entrada, quando permite que o entregador venha até a sua porta em vez de receber a sua encomenda na portaria. Atitudes simples podem comprometer todo o esforço do conjunto e fragilizar a segurança, pois o elemento causador do problema poderá entrar pela porta da frente, que é o ponto mais vulnerável do condomínio”, afirma o tecnólogo em segurança privada e consultor de segurança da Alarm Center, Márcio Agum.

O gestor de segurança da SC48, Leonardo Simonetti, é da mesma opinião. Segundo ele, o “triângulo” do crime é formado pela motivação, pela técnica e pela oportunidade. “Se o criminoso tiver dificuldade, ele vai escolher outro local. A oportunidade, muitas vezes, é criada pelo morador que deixa a porta aberta ou pelo porteiro que não filtra a entrada.” Por isso, de acordo com ele, para tornar o condomínio mais seguro é necessário investir em procedimentos de segurança, capacitando os funcionários, e criar regras internas para que moradores possam colaborar com a segurança de todos.

Falando especificamente dos funcionários, Márcio ressalta que é importantíssimo que eles sejam instruídos por uma empresa de segurança. “Não abrir nunca o portão para prestar qualquer informação a um estranho, utilizando unicamente o interfone para isso; abrir para o visitante após sua liberação e, se ainda houver alguma dúvida, não hesitar em convidar o morador até a portaria; ter muita atenção com a identificação das pessoas através da lista de convidados para festas; não se distrair com aplicativos de celular ou TV; não colaborar com a entrada de visitantes regulares sem antes checar a autorização com o morador são algumas das medidas que os profissionais devem tomar rotineiramente”, ressalta.

Nos apartamentos, a participação dos moradores também é fundamental para a manutenção da segurança. Entretanto, de acordo com Leonardo, “pela cultura de que morar em condomínio é estar seguro, as pessoas ainda possuem hábitos de deixar porta destrancada. Além disso, com a correria do dia a dia as pessoas acabam colocando qualquer pessoa dentro de casa por uma simples indicação. Outro cuidado importante é evitar deixar joias e dinheiro expostos, falar sua rotina e patrimônio com pessoas que não confia integralmente”.

Outras dicas para os moradores é observar atentamente o entorno antes de entrar no seu veículo, não deixar a chave de casa na portaria e conhecer os vizinhos. “O olho mágico, na porta do apartamento, por exemplo, também contribui muito para a segurança do morador. Além disso, na saída da visita, certifique-se de que as entradas foram fechadas”, complementa Márcio.

Condutas adequadas não excluem equipamentos de segurança

Mesmo que moradores e profissionais mantenham condutas impecáveis no quesito segurança, isso não exclui a necessidade de o condomínio investir em equipamentos de segurança. “Para condomínios residenciais, onde a movimentação de entrada e saída de pessoas é constante e em horários aleatórios, a indicação é a utilização de sensores infravermelhos ativos ou cercas elétricas ou concertinas nos muros/grades ou todos eles em conjunto dependendo da característica de cada local. Se houver a possibilidade física para a instalação de uma eclusa (portão intermediário para pedestres e veículos), isso tornará mais eficiente o controle da entrada e saída do local”, reforça Márcio Agum, da Alarm Center.

Há ainda outros tipos de barreiras físicas com as quais o condomínio pode contar, como portões com fechamento rápido; portão social com eletroímã e buzzer, que evita que a pessoa o deixe aberto; chaveiros de identificação criptografados nos quais aparece o nome do morador e que evitam clonagem na entrada de veículos. “Alguns condomínios são equipados com sensores internos que, em determinado horário, ativam o alarme automaticamente, sendo desarmado apenas por chaveiro, digital ou senha do morador”, acrescenta Leonardo Simonetti, da SC48.

Portaria inteligente

A grande novidade em segurança de condomínios é a portaria inteligente. Com ela a presença dos porteiros na guarita é substituída por uma central de monitoramento remota 24 horas que tem total controle das entradas e saídas, comunicação rápida com moradores e visitantes, completo aparato de segurança para o condomínio, visão total das imagens das câmeras do local, inspetores de segurança 24 horas e técnicos qualificados para qualquer intervenção imediata.

O principal resultado da portaria inteligente é, claro, o aumento exponencial da segurança, mas outro ganho pode ser observado a partir de sua implantação: ela reduz entre 60% e 70% o custo da portaria para o condomínio.

Não caia nessa

Entre os golpes mais famosos sofridos por condomínios estão aqueles em que bandidos se passam por oficiais de justiça, funcionários de empresas sérias e até de órgãos públicos. Não importa a aparência: o porteiro deve sempre exigir um crachá com foto e nunca abrir exceções.

Outra ação comum é tentar entrar no prédio dizendo que o morador está no telefone autorizando ou mesmo se passando por um morador novo. Com os carros, a atenção também deve ser redobrada: porteiros não devem abrir os portões para carros que simplesmente embicam na porta da garagem. É preciso antes se certificar de que se trata de um morador.