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O que você sabe sobre a rede gás do seu condomínio?

Gás

Além dos usos mais conhecidos, como em fogões e aquecedores, o gás pode ser empregado ainda em sistemas de ar condicionado, lareiras, churrasqueiras, secadoras de roupas e até em certos tipos de geladeiras. Em lugares mais frios, há ainda a utilização no sistema de calefação.

Entretanto, apesar de enorme importância, o fornecimento de gás passa muitas vezes despercebido pelos moradores, que só se preocupam quando um problema aparece. Neste tira-dúvidas sobre o assunto, saiba mais sobre a regulamentação, a manutenção e as responsabilidades que cada agente deve ter sobre o gás que está na tubulação do seu prédio.

 

As instalações de gás são seguras? Que tipo de regulamentação precisa ser seguida para garantir a segurança para os moradores?

As instalações de gás são muito seguras desde que elas tenham sido construídas de acordo com as normas vigentes e por profissionais habilitados. As redes de gás para condomínios devem ser executadas seguindo a ABNT NBR 15526:2012 e a ABNT NBR 13523:2017, no caso das centrais de GLP, além da Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros.

Júlio Papavero, gerente-geral e comercial da Consigaz

 

O que é responsabilidade da distribuidora, do condomínio e do condômino na rede de gás?

As centrais de gás liquefeito de petróleo (GLP), até o primeiro regulador de estágio, são de responsabilidade das distribuidoras. Sobre a rede de gás, nos primeiros cinco anos, por conta da garantia, a responsabilidade é da construtora, que deve emitir laudo técnico e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de projeto e execução da instalação de gás. Após esse período, depende do que está estabelecido no estatuto do condomínio, mas, geralmente, as partes comuns (da central de gás até o quadro de regulagem e medição, se houver) são de responsabilidade do condomínio. Dos medidores até os pontos de consumo dentro das unidades a responsabilidade é dos condôminos, pois esse trecho atende exclusivamente cada unidade.

Júlio Papavero, gerente-geral e comercial da Consigaz

 

Como é realizada a manutenção no sistema de gás? E de quanto em quanto tempo ela precisa ser feita?

A rede de gás deve ser submetida à teste de estanqueidade antes da entrega do empreendimento. Após a entrega, isso deve ser feito sempre que houver manutenção na qual a rede precise ser despressurizada e tenha algum componente substituído; na troca de fornecedor; a cada cinco anos, de acordo com a ABNT NBR 15526:2012, ou em períodos menores, de acordo com a autoridade competente. A central de gás até o primeiro regulador de pressão é de responsabilidade da distribuidora de GLP, e o prazo de manutenção depende do tipo de reservatório instalado, não podendo ser maior do que cinco anos.

Júlio Papavero, gerente-geral e comercial da Consigaz

 

Os equipamentos, como medidores e tubulação, têm validade? Qual é e como fazer a troca?

O conjunto de regulagem e medição, que compreende as reguladoras e os medidores, tem a seguinte validade:

– Reguladoras: cinco anos, conforme norma da ABNT 8473:2001

– Medidores: sem norma específica, porém os fabricantes orientam troca em, no máximo, 10 anos

– Tubulação de gás: depende da durabilidade do material utilizado e demonstram validade aproximada:

a) Tubo galvanizado: aproximadamente entre 20 a 26 anos, podendo ser superior a esse tempo, se houver o devido cuidado

b) Tubo de cobre: aproximadamente 50 anos ou mais, se houver o devido cuidado

c) Tubo multicamadas: não especificado (consultar fabricante).

d) Polietileno de Alta Densidade (Pead), normalmente usado em alta pressão (consultar fabricante)

Luiz Felipe Will Lima, diretor comercial da Intec Gás

 

Um vazamento de gás pode trazer quais consequências para o prédio? E como evitá-lo?

Um vazamento de gás é sempre perigoso. Antes da chegada do corpo técnico não há como mensurar seu risco. Portanto, se identificado vazamento, é recomendável fechar o gás e acionar a distribuidora que faz seu fornecimento. Se as instalações foram realizadas dentro das normas e passam por manutenção preventiva, dificilmente há maiores consequências, além do incômodo de permanecer um período sem gás, até o reparo ser realizado com segurança. As manutenções preventivas e a exigência de que a construtora disponibilize na entrega do empreendimento o laudo técnico e a ART de projeto e execução da rede de gás são primordiais para garantir a tranquilidade dos condôminos.

Júlio Papavero, gerente-geral e comercial da Consigaz

 

Como um morador ou o próprio síndico pode notar alguma anormalidade? E o que deve fazer?

Em primeiro lugar pelo teste de estanqueidade, que vai verificar a integridade da tubulação de gás. Também é possível perceber pelo odor de gás. O gás in natura não tem cheiro, mas para verificar possíveis vazamentos é adicionado ao gás um produto químico como a mercaptana. Além disso, paredes ou pisos rachados, no caso de a tubulação ser galvanizada, podem ser indícios de um avançado processo de deterioração, tornando o tubo escamado, causando rachaduras ao expandir.

Luiz Felipe Will Lima, diretor comercial da Intec Gás

 

Qual tipo de gás é mais recomendado: GLP ou gás natural? Quais são as diferenças entre eles?

Depende da finalidade e da característica de uso. O GLP e o gás natural (GN) são usados em residências, comércios e indústrias, portanto deve-se observar a logística de distribuição. O GLP normalmente é abastecido por centrais de gás através de cilindros, enquanto o GN é distribuído por tubulações de Pead em rede, que parte de uma central de regulagem e medição (CRM) que ocupa menos espaço em comparação às centrais de GLP e com uma pressão e vazão constante, ou seja, a não ser que haja interferência para reparo, seu fornecimento é constante. Deve-se observar que os equipamentos que utilizam GN devem vir convertidos de fábrica ou convertidos pela rede autorizada ou empresas que façam esse serviço.

Luiz Felipe Will Lima, diretor comercial da Intec Gás

 

Geralmente, moradores são proibidos de manter botijas de gás nos apartamentos quando há gás encanado. Por que essa medida é importante?

Existe proibição de utilização de botijões P-13 em áreas internas, especialmente em condomínios, independentemente de existir o gás encanado (GN). Se o condomínio tiver uma rede de gás, pode optar por GLP em uma central de gás que abastecerá o condomínio todo ou pelo GN, se este estiver disponível na região. O armazenamento de 13 kg de GLP dentro de um recinto fechado pode tornar-se muito perigoso. Além de ser um estoque aproximado de dois a três meses de gás para uma família que utiliza o gás só para cocção, por exemplo. Dentro do botijão, o gás está na fase líquida e, ao mudar para a fase gasosa, expande cerca de 240 vezes, o que significa que um vazamento que possa ocorrer na fase líquida é 240 vezes pior do que na fase gasosa. Se ocorrer vazamento dentro de um apartamento, não há uma área toda aberta para deixar o botijão.

Júlio Papavero, gerente-geral e comercial da Consigaz